segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Caminho

Saio de manhã da Barra da Tijuca em direção à Lapa para minha aula de teatro. Sigo pela Floresta, atravessando a cidade pelo Alto, Paineiras, Santa Teresa, Centro. Estaciono o carro beirando o muro do Convento das Carmelitas, e desço o restinho da ladeira à pé. Ai, andar à pé!!! Chego nos Arcos. Na primeira esquina dou um bom dia pra moradora de rua que já virou minha conhecida, esbarro com um grupo de estudantes indo pra escola, trabalhadores, moradores da área e um restinho de boêmios encerrando a noite às nove da manhã. Padaria, pão na chapa, média de café preto. Como é bonita a vida real! Que poesia existe numa padoca com pequenas rusgas na parede, açucareiro grande, copo de vidro pra tomar café. Nenhuma academia, nenhum shopping no meu campo visual, nenhuma yogoberry com luminárias fosforescentes, os letreiros todos escritos em português! Todo o meu corpo respira aliviado, identificado, integrado ao lugar. Subo as escadas do sobrado, a música já vem linda lá de dentro. Lá vou eu!